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Postagens

Mostrando postagens de 2022

Bem-vindo

2022... Página virada. Virada. Foram 365 tentativas e oportunidades. Nem todas aproveitamos e algumas nem mesmo tentamos apenas acreditar. Muitas vezes desgastados, nos entregamos na espera de que o fim se fizesse começo e que algum começar chegasse ao fim. Você não foi fraco e não esmoreceu, nem na dureza, nem na doçura. Colhemos suas mudas, mudando e aprendendo suas lições. Amamos, sofremos, lutamos, rasuramos, apagamos e escrevemos, ora certo em linhas tortas, ora torto em linhas tão retas, fazendo curvas descompassadas do compasso. Vivemos cada uma de suas páginas e fizemos parte de suas histórias, do pão nosso de cada dia, de cada ave-maria, de cada lágrima e sorriso, na aventura clara dos seus dias e das suas noites escuras, de tudo aquilo que porventura nossos corações viram e nossos olhos puderam sentir. Agora, velho amigo, com seus feitos e desfeitos, escritos e descritos, agradecemos e nos despedimos, aguardando o renovo que nasceu de suas sementes. Agora, viveremo...

Dia...de Natal

Hoje senti um cheiro...de boneca. Brinquedo em "Dia de Natal". Cheiro único, ímpar, cheiro de infância, de coisa nova, velho cheiro de alegria! No Natal, de tantos aromas, lembranças e lembrancinhas, inspiramos perfumes na alma e respiramos sonhos De ontem, de sempre. Hoje senti o dia parar nesse dia, repleto da esperança, de acordar amanhã e encontrar outro dia igual a esse.  Dia que sempre se espera. Dia que acontece. Dia presente, de presentes, de ausentes tão presentes.  Dia que achamos o que nunca perdemos e ganhamos o que procuramos.  Dia que é noite, dia e noite, eternizando nascimentos renascidos, adormecidos em aconchegos do Dia de Natal.                   Boneca Tippy - anos 70

Suffragium

SUFFRAGIUM Já é hora Desde agora Desde sempre De fazer uma prece À Mãe Padroeira Desse Brasil Tão carente Pedirei  Que se precipite  À nossa  frente Sendo medianeira Em "JÁIR” pedindo  Ao verdadeiro Messias Que nos salve Do mito Desvairado Até então  Chefe dessa nação  De tristes desmandos Com lendas de salvação Nessa terra De tanta gente sofrida De tantos filhos Tão indigentes De almas famintas E fome nas mentes Rotos De BOLSOS vazios Bolsos furados Vazando sonhos Repletos de pesadelos    E, ainda pensando em prece, Peço que se apresse Em clarear a escuridão  Que se vê nos olhos Que não escutam Falando Tão cegamente   Vejo Que os BOLSOS incertos Esvaziam-se  Esvaindo as certezas Dos tempos de outrora De carregar a esperança Em bolsas Família, Repletas  Sustentadas  Em braços frágeis De mães, Avós, filhos e filhas Com sonhos De saberes De valores De pai Sem cortes Aos que nada podem Bolsas  De couro forte ...

Sessenteando

Sessenteando... Numa tarde de agosto, nasci. Década de 60, seis décadas de aniversários. Nesse dia costumo me emocionar (coisa que é comum em mim) mas é de um jeito diferente. Num hoje desses tantos dias percebo que sem desalento o tempo ultrapassou minha criança não crescida, acrescida de tantos desejos infantis. Percebi e sinto que nada passou no lento, nem tampouco desatento. Percebo o branco escurecendo as cores dos cabelos escuros. No rosto, os tantos agostos, descrevendo gostos, desgostos, escritos em tantas páginas, revelando o que o coração não quis revelar. O espelho traidor, espelha entre suas tantas faces uma nova velha leitura vintage na face, reescrevendo um queixo entre aspas. Sempre gostei delas.  Será por isso o presente dessa ruga? Ou seria porque venho me "queixando" delas? Talvez seja a ironia se exprimindo, imprimindo "expressões" que não são usadas diariamente.  Talvez seja o destaque de tantos inícios e fins. Significado das aspas, ...

Mãemórias

Mãemórias Nos tantos dias de memórias fiquei recentemente relembrando alguns dos diversos talentos de minha mãe e avó. Dentre vários, o crochê era um deles. Lembrei que, entre os muitos trabalhos, fizeram bolsinhas de crochê pra mim. A da minha vó, ganhei quando tinha uns 8 anos.  Foi a primeira vez que vi uma bolsinha assim. Fiquei fascinada! Era verde e laranja, com desenhos geométricos e pontos variados que formavam um saquinho vertical e se fechava com um cordão cujas pontas tinham pingentinhos de franjas. Percebi nesse presente que era possível criar, produzir e realizar coisas a partir dos nossos talentos.  Percebi o quanto era habilidosa essa avó, e o quanto desse dom herdaram minha mãe e também tias e primas. Talvez isso tenha sido uma das primeiras inspirações no meu querer e fazer de tantas artesanias.  A bolsinha da minha mãe foi um pedido meu. Queria ter uma peça assim feita por ela.  Essa eu ainda tenho e guardo com carinho. A da vovó, só ten...

Carnavaneando

Carnavaneando O carnaval é um tempo que me remete às melhores lembranças. Sempre gostei desse tempo, desde o tempo em que havia tanto tempo para esse tempo. Talvez tenha aprendido a gostar desse evento por influência do meu pai. Ele adorava o carnaval. Se dispunha sempre alegre, sendo festa, um folião disposto a permanecer nas folias que comumente vivia no dia a dia. Não usava máscaras, nunca precisou delas. Sua cara foi sempre limpa e pintada de riso e alegria. Trazia sempre mais de mil palhaços nos salões de nossas vidas. A tristeza ficava por conta do Arlequim, da Colombina e da Jardineira. Mesmo chorando e caindo de tantos galhos, nunca se abateu. Suas fantasias eram originais, vestidas do luxo do imaginário. Pintava com tinta guache nossas faces angelicais desenhando nelas suas impressões infantis. Eram carinhas transformadas em índios, palhaços, testa e bochechas mascaradas com coraçõezinhos e delicadas florzinhas. Ficávamos a lindeza que ele desejava. Se derretia, com...

Leite derramado

Leite derramado... Dentre tantas mazelas e surpresas do cotidiano, essa é uma que faz parte de tantos momentos. No fogão, no chão, na mesa, tantas vezes nos deparamos com isso. Desafio e aprendizado? Romance de Chico Buarque? Sem romancear, isso acontece de forma inusitada, de um jeito que surpreende. Encontrar a caixa de leite, guardada no armário, derramando seu conteúdo como uma cascata branca, formando um lago esbranquiçado no meio da cozinha é algo bem apropriado para uma manhã que parece não ter amanhecido. Complemento bom para o café não tomado. Mesa posta no chão, repleta de delícias que animam o mau humor. O desenho dessa paisagem nos desperta dos sonhos bons que não tivemos na noite mal dormida. Acho que nessa visão cabe a expressão bíblica "jorrar leite e mel", profetizando abundância e riqueza. Seria então uma forma de bom agouro? Ou simplesmente uma lambança nada doce com a chata e pobre realidade da limpeza por fazer? Muitos panos, bacia, água, papel...