SUFFRAGIUM
Já é hora
Desde agora
Desde sempre
De fazer uma prece
À Mãe Padroeira
Desse Brasil
Tão carente
Pedirei
Que se precipite
À nossa frente
Sendo medianeira
Em "JÁIR” pedindo
Ao verdadeiro Messias
Que nos salve
Do mito
Desvairado
Até então
Chefe dessa nação
De tristes desmandos
Com lendas de salvação
Nessa terra
De tanta gente sofrida
De tantos filhos
Tão indigentes
De almas famintas
E fome nas mentes
Rotos
De BOLSOS vazios
Bolsos furados
Vazando sonhos
Repletos de pesadelos
E, ainda pensando em prece,
Peço que se apresse
Em clarear a escuridão
Que se vê nos olhos
Que não escutam
Falando
Tão cegamente
Vejo
Que os BOLSOS incertos
Esvaziam-se
Esvaindo as certezas
Dos tempos de outrora
De carregar a esperança
Em bolsas
Família,
Repletas
Sustentadas
Em braços frágeis
De mães,
Avós, filhos e filhas
Com sonhos
De saberes
De valores
De pai
Sem cortes
Aos que nada podem
Bolsas
De couro forte
De fibra
Costuradas com retalhos
Em pretos, brancos
De todos os gêneros
De tantas cores
Bolsas
Que acrescentam
Carregadas das levezas
Dos batons
Pintando bocas
De tons intensos
Que não se calam
Nem fraquejam
Bolsas
Que pensam
Pesando em livros
Escrevendo histórias
Que não mentem
E não silenciam
Mentes
Bolsas
De tantas outras miudezas
Tão grandes em grandezas
Que não se medem
Nas medidas da rudeza
Do que apenas cabe
Em novos velhos BOLSOS
Grandes de pequenez
Nesses
Não cabem
O cabimento
Neles
Carregam-se
Sob duro tecido
De trama camuflada
A infantil liberdade
Armados
De balas
Sem doçura
Neles
Levam
O legado de tempos sombrios
Com carteiras novas
Repletas de velhas notas
Comprando
A miséria de almas
Vendendo
Riquezas foscas
Tão escuras
Quanto às torturas
Toscas
Neles,
Costuram-se
Remendos de ilusões
Pespontando auxílios
Alinhavados
Num Brasil
De tantas urgências
Evidentes
Escondidas em orçamentos
De evidências secretas
Deles
Vazam cinzas
De matas
De morte
Jogadas
À própria sorte
Queimando ardentes
Como as dores
Das despedidas
Cinzentas
Com corações partidos
Pelos dissabores
Da tristeza
Dos tantos amores
Alegrias
Ceifadas
Enterradas em terras
Afrontadas
Da pátria
Amada?
Neles transparecem
O claro vazio
De almas rasas
Desvalidas
Negligentes
Exalando o perfume
Desumano
De tantas covas
Sem flores
Ora, oro
Que seja urgente
À minha prece
Por tanta gente que padece
Pelo peso do ódio
Que não vacina
Que adoece a sensatez
E alimenta
A fome dos loucos
Ainda assim
Creio
Que a demência de tantos
É a força
Que nos move à esperança
À clemência
Aos arfantes
Persistentes
Que lutam
Enlutados
Que pulsam vermelhos
No esquerdo do peito
Colorindo ardente
As cores
Nos corações que palpitam
Tão desbotados verde-amarelos
Creio
Na pátria que
Amada és
E será
Ainda
Nossa
Mãe gentil
Creio
Que subiremos
Com estrelas
As mais altas rampas
Para ver do alto
A nova paisagem
Que surge no planalto
Numa linda Alvorada
Nascendo feliz de novo!
Em 2023, o início da redemocratização. Agora, mais desafiadora e difícil do que a outra.
ResponderExcluirA gente sabe que eles são muitos e estão "armados de balas sem doçura" e vão fazer de tudo pra voltar.