Num tempo sem tempo, viviam, em um lugar com céu lápis-lazúli, duas meninas: Mona e Lisa. Filhas de um mestre das artes, foram criadas feito pinturas. Sob os olhares do pai elas brincavam nas colinas e posavam sorrisos tímidos para as telas notáveis do senhor Da Vinci. Mona gostava tanto de ser retratada que magicamente a bela foi enclausurada numa tela, cela de eternidade. Nunca mais saiu dela. Dessa prisão emoldurada se fez admirada. Sua notoriedade percorre o mundo e transpõe os tempos. Dentre esse e outros tantos mistérios já não se sabe mais quais as verdades sobre Mona. Seu sorriso brilha sob camadas de verniz onde já não se vê o mesmo sorrir de outrora. Porém, com Lisa, tudo muda. Retratada como a irmã, não ficou célebre como Mona. A tempo percebeu que o destino dessa fama tinha o preço da liberdade, aprisionada e camuflada sob camadas craqueladas de tintas e verniz. Lisa, então, preferiu não ser adornada da mesma popularidade. Sem poses e enquadramento, voou...