Num tempo sem tempo, viviam, em um lugar com céu lápis-lazúli, duas meninas: Mona e Lisa.
Filhas de um mestre das artes, foram criadas feito pinturas.
Sob os olhares do pai elas brincavam nas colinas e posavam sorrisos tímidos para as telas notáveis do senhor Da Vinci.
Mona gostava tanto de ser retratada que magicamente a bela foi enclausurada numa tela, cela de eternidade.
Nunca mais saiu dela.
Dessa prisão emoldurada se fez admirada. Sua notoriedade percorre o mundo e transpõe os tempos.
Dentre esse e outros tantos mistérios já não se sabe mais quais as verdades sobre Mona.
Seu sorriso brilha sob camadas de verniz onde já não se vê o mesmo sorrir de outrora.
Porém, com Lisa, tudo muda.
Retratada como a irmã, não ficou célebre como Mona.
A tempo percebeu que o destino dessa fama tinha o preço da liberdade, aprisionada e camuflada sob camadas craqueladas de tintas e verniz.
Lisa, então, preferiu não ser adornada da mesma popularidade. Sem poses e enquadramento, voou sorridente para pousar em novas cores.
Saiu da tela, retratou-se a despojar de ser apenas bela, para eternizar-se a retratar as belezas do mundo.
Lisa busca olhares e sorrisos, sem vernizes.
Lisa quer seu renome com a importância que tem a verdadeira notoriedade.
Mona… Lisa… Monalisas.
Madonas meninas.
Ambas buscam crescer, acrescidas de felicidades emolduradas, instantes eternos e doces momentos.
Ambas são misturas de cores e mistérios, luzes e sombras, claros e escuros.
Mona é arte, esplendor, renascimento.
Lisa renasce pequena a cada dia, na grandeza de sua alma de artista.
Lisa pintou-se.
Assim é… será?
Creia quem crer.
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