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Mostrando postagens de março, 2021

À Minha borboletinha

Ilustrações: Nina Leme, bisneta da minha mãe Minha borboletinha... Voou, voou...com asas de anjo. Foi para longe.  Borboleta rainha, uma espécie em extinção. Foi pousar noutros jardins.Esse aqui não está como você gostava. Esse aqui não estava dando rosas loucas e coloridas, pra serem colhidas a qualquer hora. Esse aqui está louco, sem a loucura das rosas.  Não consigo entender. Não consigo.  As borboletas e as flores não deveriam morrer nunca. Quando isso acontece, o mundo fica menos colorido. O céu fica desbotado, a vida mais sem graça. As borboletinhas dão sabores nos dias insossos. São riquezas. Elas polinizam,  fazem a vida surgir, crescer e renascer.  Natureza, tão essencial...somos parte dela, somos ela. Tudo o que não vem dela, também não nos é tão importante.  O que a agride muitas vezes trás consequências terríveis e trágicas.  O “não natural” é algo dispensável. Não. Não é natural. Não posso entender todas essas coisas tão antinaturais. Tudo...

Cansada

Tô cansada  Dessa pandemia Tô cansada... Tô cansada  Noite e dia Dia e noite De tanta sangria Tô cansada Tô cansada Da dissimulada euforia De insana sabedoria De tanta patifaria Da zombaria Tô cansada Tô cansada Dessa droga de anomalia Dessa lenta melhoria Do medo e fobia Da apatia Tô cansada Tô cansada  De tanta acrobacia Vazias de utopia Cheias de ironia Tô cansada Tô cansada Da vacina minoria  Do contágio maioria De tanta hegemonia De falsa regalia Tô cansada Tô cansada  De tanta rebeldia De grosseria Da teimosia De antipatia Da falta de empatia Tô cansada Tô cansada  Da pouca companhia Reduzida parceria Do mundo em desarmonia Sem magia Tô cansada Tô cansada  Da escassez de poesia Da ausência de cantoria Da afonia Dessa triste melodia Tô cansada Tô cansada Da ufania Sem sincronia De falsa alegria De tonta nostalgia Tô cansada Tô cansada Dessa agonia Tô cansada... Tô cansada De toda essa porcaria Tô muito Muito... Cansada

Dia de todos os dias da mulher

8 de março Dia de todos os dias da mulher Temos pouco ainda... e um muito ainda do tanto a fazer   Cada cansaço cada passo cada dia é dia de querer os dias de comemorar Tantas são a s incansáveis frestas entreabertas entre poucas soluções Tantos são os conflitos Em meio Há tantas aflições Tantos são os tempos entrelaçados entre rendas Tempos de passados costurados bordando posturas   em retalhos   Tempos presentes com remendos de erros  e acertos   São tantos os feitos sem efeitos e muitos outros tantos a serem feitos   Luta que sempre está estamos estou Escaramuça dura amarga coberta da forte ternura Que insiste Não desiste E revela um gênero generoso em doçuras